Muitos de nós já passamos pela situação de recorrer à televisão ou dispositivos eletrônicos para distrair nossos filhos, seja para terminar uma tarefa, responder a uma mensagem ou falar com alguém.
A utilização de telas, como jogos eletrônicos e smartphones, se tornou uma espécie de muleta para lidar com as crianças em momentos em que não podemos dar a devida atenção a elas.
Embora as telas e a internet tenham seus benefícios, especialmente na educação das crianças e adolescentes, não podemos ignorar os efeitos negativos do excesso de exposição a elas, que incluem agressividade, sedentarismo, obesidade, ansiedade e distúrbios do sono.
É importante que tenhamos consciência de quanto tempo e a partir de que idade as crianças podem ser expostas às telas. A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde têm alertado os pais sobre a importância de monitorar o que seus filhos estão acessando na internet.
Além disso, a privacidade e segurança das crianças nas redes sociais devem ser preocupações prioritárias. A exposição precoce às telas pode ser prejudicial, uma vez que as crianças não têm uma compreensão clara da diferença entre o mundo real e o virtual até certa idade.
Crianças pequenas, até os 2 anos de idade, devem ser protegidas da exposição às telas. Embora essa recomendação possa parecer desafiadora para muitas famílias, especialmente quando as crianças têm dificuldade em comer sem um desenho animado na tela, é importante tentar limitar o uso de telas durante as refeições e atividades familiares.
Em vez de assistir passivamente à tela, as crianças nessa faixa etária devem ser incentivadas a brincar com brinquedos interativos, desenhar ou usar lápis e canetas para exercitar sua criatividade.
Para crianças de 2 a 5 anos, a Organização Mundial da Saúde recomenda um máximo de uma hora de exposição às telas por dia, sempre com supervisão. É essencial estar ciente do que as crianças estão assistindo, pois conteúdos inadequados podem surgir facilmente. Aos 6 anos de idade, o limite diário de tempo de tela pode ser de 1 a 2 horas, com supervisão constante.
Já para adolescentes, de 11 a 18 anos, é crucial delimitar o tempo de tela entre 2 a 3 horas por dia. Embora a internet seja frequentemente usada para pesquisas escolares, os pais devem orientar seus filhos a usar a internet de maneira segura.
A questão da privacidade nas redes sociais também deve ser enfatizada, uma vez que adolescentes podem não ter discernimento para identificar possíveis riscos.
É essencial que a vida virtual não substitua a vida real, e a presença dos pais é insubstituível. As telas não devem ser usadas como um substituto para a atenção dos pais, e as interações familiares de qualidade são imprescindíveis.
Se os dispositivos eletrônicos se tornam a única opção para entreter as crianças, talvez seja hora de repensar a vida familiar e encontrar maneiras de passar mais tempo juntos.
Em resumo, a exposição das crianças às telas é uma questão delicada e controversa. Embora as telas e a internet tenham benefícios, seu uso excessivo pode ter sérias consequências.
Os pais desempenham um papel importante na supervisão do tempo de tela de seus filhos e na escolha de conteúdos apropriados. A vida real deve ser priorizada, e as memórias em família são construídas com interações genuínas.
Refletir sobre como a exposição às telas afeta nossas crianças e buscar um equilíbrio saudável entre o mundo real e o virtual é essencial para o desenvolvimento e bem-estar delas.